Mostra os efeitos da globalização na vida do trabalhador. Se, por um lado, a globalização estimula o crescimento econômico, por outro, traz contrastes gritantes, por agravar o quadro da miséria, do desemprego, da marginalização, com desigualdades inadmissíveis. Vêem-se a liberdade de mercado e a igualdade e liberdade econômicas no intercâmbio entre compradores e vendedores da força de trabalho como ficções políticas que não podem ser impostas em face da desproporcionalidade das condições sob as quais compradores e vendedores de força de trabalho se defrontam no mercado, sob o risco de se excluir o trabalhador do mercado de trabalho, lançando-o para além do que indicadores sociais são capazes de medir. Nesse contexto, chega-se a falar em fim do trabalho, eis que o trabalho passa a ser considerado mercadoria supérflua para o atual modelo capitalista - e como contraponto, aludimos às concepções do Estado do Bem-Estar Social (Welfare State), consolidado no Ocidente (especialmente EUA e Europa Ocidental), nos 30 anos pós-Segunda Guerra Mundial, que por meio do intervencionismo estatal garantia o pleno emprego - tempos gloriosos de crescimento econômico das nações, que regulamentavam e valorizavam o trabalho com um dos alicerces do sistema. No cenário de desconstrução do trabalho, o cidadão é ferido em sua dignidade, não apenas no que tange à privação material, mas à restrição de direitos, de segurança socioeconômica e de auto-estima.