Aborda situação que tem se apresentado com crescente frequência no processo trabalhista: a formulação de pedido de equiparação salarial com indicação de elevado número de paradigmas. Tem-se constatado, na praxis, pedidos dessa espécie amparados pela indicação de cinco, seis paradigmas, para o exercício de uma mesma função, por exemplo; em um dado processo, o pedido de equiparação trazia rol de dez paradigmas. Analisa-se em primeiro lugar se o sistema processual, compreendido como conjunto de regras e princípios (ultrapassado o modelo estritamente positivista), impõe alguma limitação no particular, examinando-se a questão à luz dos princípios da ampla defesa, da busca da verdade real e do devido processo legal. Explora-se, adiante, a conformação de situações processuais dessa espécie em vista da teoria do abuso de direito. Avaliam-se, por fim, sob a perspectiva do princípio da adaptabilidade do procedimento, os instrumentos à disposição do juízo para correção de eventuais distorções relacionadas ao número de paradigmas indicado no pedido de equiparação salarial.