Examina a autonomia privada do sistema esportivo mundial e o realinhamento dicotômico público-privado a partir do Caso Bosman na União Europeia. Aborda o contexto da Lex Sportiva e a intervenção estatal em atividade econômica privada, citando o Caso Meca-Medina, que reconhece a legitimidade da análise de impactos econômicos. Detalha o Acórdão Bosman (Processo C-415/93), que julgou violações ao Tratado de Roma, especificamente à liberdade de circulação de trabalhadores, declarando que as regras de transferência e indenizações constituíam obstáculos ilegais. Conclui que a autonomia esportiva encontra limites estatais na presença de atividade econômica, exigindo compatibilização de interesses. O caso impactou globalmente a regulação do futebol, influenciando reformas normativas, como a substituição da Lei do Passe pela Lei Geral do Desporto no Brasil, refletindo a tensão entre a unidade do sistema privado e a proteção dos direitos fundamentais dos atletas.