[por] Caracterizado pela frenética interação entre pessoas, máquinas, cargas, navios, trens e caminhões (ou terminal tractors), o campo labor-ambiental das operações portuárias é altamente desafiador em termos de preservação. Durante séculos, o trabalho portuário se desenvolveu de modo braçal, com exigência de grande esforço físico dos trabalhadores para o embarque, desembarque e armazenamento das mercadorias. Tal panorama, aliado à desregulamentação da relação capital-trabalho nos portos, desaguou numa realidade ambiental poluída e doentia, marcada por distúrbios osteomusculares em larga escala. Dimensões de melhoria das condições de saúde e segurança no trabalho portuário são fenômenos recentes, verificados a partir do final do século XX por impulso de três fatores principais: normatização específica, racionalização de parcerias público-privadas e evolução tecnológica. O artigo reflete, ao final, o paradoxo da automação, vocacionada para aliviar o fardo humano, ao custo do fechamento de postos de trabalho normalmente de dimensões precárias.[eng] Characterized by the frenetic interaction between people, machines, cargo, ships, trains and trucks (or terminal tractors), the labor-environmental field of port operations is highly challenging in terms of preservation. For centuries, port work was manual, requiring great physical effort from workers to load, unload and store goods. This panorama, combined with the deregulation that hovered over the capital-labor relationship in ports, led to a polluted and unhealthy environmental reality, marked by large-scale musculoskeletal disorders. The improvement of health and safety conditions in port work is a recent phenomenon, verified from the beginning of the 20th century, which was driven by three main factors: specific regulation, modernization of the system through public-private partnerships and technological evolution.