Artigo de periódico
O paradigma da flexibilização como fonte de adoecimento do trabalhador e mau atendimento do consumidor
Artigo de periódico
O paradigma da flexibilização como fonte de adoecimento do trabalhador e mau atendimento do consumidor
[por] Evidencia o impacto das principais tendências do paradigma de acumulação flexível, princípio orientador da reestruturação produtiva pela qual tem passado o capitalismo desde a década de 1970, sobre a condição social e humana do trabalhador e do consumidor. Se, por um lado, a precarização do trabalho torna o meio ambiente laboral propício ao adoecimento do trabalhador, especialmente dos que atuam no setor de serviços, por outro, a falta de investimento na qualidade e segurança de produtos e serviços lançados no mercado resulta no mau atendimento do consumidor, em prejuízo a suas atividades existenciais. Depois de fornecer evidências de que tal conjuntura é articulada intencionalmente no âmbito de grandes empresas-fornecedoras como forma de reduzir os custos de produção, a pesquisa concluirá pela insustentabilidade desse modelo de atuação empresarial e destacará as principais bases para um paradigma sustentável centrado na valorização do elemento humano, como condição, inclusive, para o aumento do lucro e permanência do fornecedor no mercado. Ao final, o estudo sinaliza que a satisfação do consumidor passa, em grande medida, pela prévia satisfação do trabalhador, na esteira de uma visão não apenas mais humana, como também mais propriamente holística, em um processo de contínua percepção das profundas imbricações havidas entre as searas laboral e consumerista na dinâmica concreta do mercado. [eng] This research aims to evidence the impact of the main tendencies of the paradigm of flexibility accumulation, which has oriented the productive re-structuring that capitalism has passed since the 1970’s, on the social and human condition of the worker and the consumer. If on the one hand, the work precariousness turns the work environment inclined to illness, especially for those who work in the service sector, on the other hand the lack of investment in quality and safety of products and services launched in the market results in poor consumer service, causing damage to their existential activities. After giving evidences that this whole conjuncture is intentionally articulated by big companies as a way to reduce production costs, the research concludes for the unsustainability of this pattern of acting and highlights the main bases to a sustainable paradigm centered in the appreciation of human element, as a condition for the increase in profit and also for the permanence of the company in the market. In the end, this study indicates that consumer satisfaction is largely due to the worker’s previous satisfaction, based on a perspective not only more human, but also more holístic, in a process of continuous perception of the deep imbrications between the labor and consumer sectors in the concrete market dynamics.
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https://hdl.handle.net/20.500.12178/154130Table of contents
Histórico da precarização estrutural do trabalho -- Trabalho e adoecimento no âmbito dos serviços: Assédio moral. Gestão por metas -- O paradigma da flexibilização e o mau atendimento do consumidor: Exemplos de mau atendimento do consumidor -- Por um paradigma sustentável pautado na valorização do trabalho humano e no atendimento de qualidade do consumidorIn
Citation
ATAÍDE, Camille da Silva Azevedo; VERBICARO, Dennis; MARANHÃO, Ney Stany Morais. O paradigma da flexibilização como fonte de adoecimento do trabalhador e mau atendimento do consumidor = The paradigm of flexibility as a source of illness of the worker and poor consumer service. Revista de direito do trabalho, São Paulo, v. 45, n. 198, p. 191-223, fev. 2019.ATAÍDE, Camille da Silva Azevedo; VERBICARO, Dennis; MARANHÃO, Ney Stany Morais. O paradigma da flexibilização como fonte de adoecimento do trabalhador e mau atendimento do consumidor = The paradigm of flexibility as a source of illness of the worker and poor consumer service. Revista Ltr: legislação do trabalho, São Paulo, v. 77, n. 12, p. 660-673, dez. 2013.
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