Artigo de periódico
Classes sociais e trabalho escravo na Amazônia
Artigo de periódico
Classes sociais e trabalho escravo na Amazônia
Analisa a permanência do trabalho escravo na Amazônia como resultado da estrutura social brasileira historicamente organizada a partir do escravismo, do racismo e da desigualdade. Argumenta que a sociedade brasileira se constituiu como um espaço binário de senhores e subordinados, sem classes médias, marcado pelo poder absoluto das elites e pela exclusão da população negra e mestiça. Mostra que o Estado brasileiro, longe de ser entidade ética e neutra, atua como instrumento da classe dominante, capturado por elites econômicas e políticas. Na Amazônia, essa dominação se intensificou com políticas autoritárias impostas durante a ditadura civil-militar, como a federalização das terras e os Planos de Desenvolvimento da Amazônia, que resultaram na conversão da região em colônia do país Brasil. Conclui que, sem uma luta política e uma consciência regional organizada, a Amazônia continuará submetida à exploração, à violência e à reprodução de privilégios travestidos de meritocracia.
Para citar este item
https://hdl.handle.net/20.500.12178/251076Notas de conteúdo
O papel do Estado na questão do elitismo -- Elementos facilitadores da exploração da Amazônia pelo Estado brasileiro -- O Estado autoritário e o gérmen do trabalho escravo na região -- A conversão da Amazônia em colônia do país BrasilFonte
LOUREIRO, Violeta Refkalefsky. Classes sociais e trabalho escravo na Amazônia. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, Belém, v. 57, n. 113, p. 19-29, jul./dez. 2024.Veja também
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