Artigo de periódico
Necessidades artificiais de consumo e agravamento da vulnerabilidade obreira: análise à luz do capitalismo predatório e da indústria cultural
Artigo de periódico
Necessidades artificiais de consumo e agravamento da vulnerabilidade obreira: análise à luz do capitalismo predatório e da indústria cultural
[por] Aproximando os fenômenos do consumo e trabalho, enfrenta-se o debate acerca da perda da natureza meramente alimentar da contraprestação recebida ao final do mês pelo trabalhador, pois este também labora, nos tempos pós-modernos, para suprir necessidades artificiais de consumo induzidas pela indústria cultural. Destaca-se que essa indústria, a serviço do capitalismo predatório, impactou a relação entre os trabalhadores e seu salário. Observa-se que, hoje, tais seres humanos se sujeitam, no mínimo, a uma dupla adstrição existencial: uma, de ordem jurídico-contratual, dada a tradicional necessidade de fruição salarial via trabalho; e outra, de ordem sociocultural, diante da contemporânea necessidade de afirmação identitária via consumo. Conclui-se que o forte anseio por atender a necessidades artificiais de consumo agrava a vulnerabilidade do trabalhador. A pesquisa é qualitativa, eminentemente bibliográfica, tendo sido utilizado o método hipotético dedutivo. [eng] Approaching the phenomena of consumption and work, this article discusses the loss of the merely alimentary nature of the remuneration received at the end of the month by the worker, since he also works, in post-modern times, to supply artificial consumption needs induced by the cultural industry. This industry, in predatory capitalism’s service, impacted the relationship between workers and their wages. It’s observed that, today, these human beings are subject, at least, to a double existential restriction: one, of a legal-contractual nature, given the traditional need for wage fruition through work; and another, of a socio-cultural order, given the contemporary need for identity affirmation via consumption. The research concludes that the strong yearning to meet artificial consumption needs aggravates worker vulnerability. The inquiry is qualitative, eminently bibliographic, using the hypothetical deductive method.