Em que medida a participação sindical feminino pode se constituir enquanto uma estratégia de efetivação do Direito do Trabalho da Mulher? A partir desta problemática e valendo-se do método histórico de análise, a presente investigação, de caráter essencialmente teórico, pretende analisar, de maneira qualitativa, a participação das mulheres no sindicalismo enquanto relevante mecanismo para instrumentalizar efetivas políticas públicas no âmbito laboral. As inter-relações entre capital e trabalho implicam em potenciais e constantes desigualdades substanciais na perspectiva de gênero, ao considerar que a busca intensa pela inserção social e laboral feminina foi, e continua sendo, marcada por diversos entraves: a dominação masculina e o patriarcado, a crítica por quererem adentrar no mercado de trabalho e abandonar seus lares, a censura por desejarem ganhar dinheiro, o preconceito e a discriminação, entre outros. Em decorrência destas estruturas de poder acentuou-se, cada vez mais, a dicotomia entre público e privado, fazendo com que as mulheres permanecessem à margem do espaço público. Assim, a luta feminista foi crucial para romper com este processo histórico, já que, associando-se aos movimentos sindicais, as demandas formuladas levaram a repensar sobre o papel na divisão sexual do trabalho e a reivindicar uma remodelação. Nesse enfoque, as pautas femininas, além de esbarrarem em práticas capitalistas, não são fomentadas nem mesmo através de políticas públicas, as quais poderiam fazer com que o Estado assegurasse a igualdade de oportunidades para homens e mulheres no mercado de trabalho.