Artigo de periódico
Perspectivas do sindicalismo no atual padrão de desenvolvimento
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Perspectivas do sindicalismo no atual padrão de desenvolvimento
O mundo do trabalho vem passando por mudanças significativas, seja no perfil de suas novas personagens, seja em seu próprio ambiente físico, nas relações entre patrões e empregados, ou ainda em sua regulamentação jurídica. Tudo isso faz com que se perquira sobre o real papel dos sindicatos nessa conjuntura até então desconhecida. O sindicalismo sobreviveria a transformações tão radicais? O fim da classe operária tradicional o levaria ao declínio ou ele continuaria a existir, mas agora, como força institucional e não mais política? Tais suscitações fazem com que o interesse em estudar o tema seja maior, sobretudo por atravessarmos um período de tão acentuado ceticismo popular nas instituições governamentais, sociais e de classe. A crise pela qual passa o sindicalismo demonstra que a instituição necessita, no mínimo, rever sua organização e adotar nova postura frente a seus representados e perante toda a sociedade. Afinal, mais do que nunca, seu futuro dependerá das decisões hoje adotadas. A metamorfose de um organismo como o sindicato revela, antes de tudo, uma face da sociedade contemporânea, que faz por meio dele transparecer suas expressões e valores mais significativos. Não se pode ignorar que o trabalho, por muitas vezes, é certo, de forma mais ostensiva que o necessário, é tido como basilar dessa mesma sociedade, tornando-se indispensável questionar-se sobre os futuros contornos que assumirá, por meio de seus instrumentos de atuação. Daí o desvelo pela temática. Haveria ainda atualmente uma identificação tão densa, como outrora, entre os trabalhadores e a entidade que os representa? O desafio é verificar até que ponto o sindicalismo continua expressando os valores da chegada geração de serviços, e dessa forma, identificar as perspectivas que poderia alcançar. Para a elaboração do trabalho utilizou-se, primordialmente de pesquisa doutrinária acerca da temática, lançando-se mão, inclusive, da análise de obras relacionadas à economia, sociologia e política, artigos disponíveis virtualmente e da legislação brasileira, bem como convenções da Organização Internacional do Trabalho — OIT. O trabalho foi dividido em itens, iniciando-se pela abordagem histórica do movimento numa perspectiva mundial, abrangente, sendo, desenvolvido, em breves termos, seu surgimento no Brasil. A experiência brasileira, por sua vez, foi contemplada a partir das expressões mais relevantes que o movimento assumiu, sobretudo na década de 80, em comparativo com a situação atual. O sindicato, como instituição representativa da necessidade de organização e força dos trabalhadores, vem passando, no cenário mundial, por uma série de mudanças em seu perfil e papel de atuação, não se deixando, contudo, de mencionar, no capítulo seguinte, as origens da transformação no mundo do trabalho, representadas sobremaneira na Revolução Industrial, seja pela exaltação sentida num primeiro momento, seja pela percepção mais realista do fenômeno. No item 3, tratou-se acerca da automação tida como um dos principais fatores que determinaram e determinam os recentes caminhos do trabalho e do sindicalismo. Já dados fundamentais da inédita roupagem assumida pelo sindicalismo não poderiam passar despercebidos, mormente diante do surgimento de um novo perfil de trabalhadores, caracterizados seja pela precarização das formas de trabalho, terceirização, informalidade, ou pela ascensão feminina e o engrandecimento da participação dos setores públicos e da classe média nos sindicatos. A nova forma de gerenciamento humano também foi tratada no tópico 5. Todos os dados analisados, considerados relevantes no estudo dos caminhos a serem seguidos pelo sindicalismo, não poderiam prescindir da análise de índices de sindicalização e mobilização, os "termômetros" do movimento, o que também foi tratado em tópico próprio, revelam o traçado do sindicato delineado há cerca de três décadas às tendências atuais que deverão atingir a organização. Como não poderia deixar de ser, as influências dos mais diversos fatores, entendidos dentre estes, desde o desenvolvimento tecnológico até a transmutação cultural, socioeconômica e política, fizeram com que o trabalho e, por consequência, o movimento sindical, adquirissem caracteres tão diversos dos já apresentados, que inevitável foi se suscitarem questionamentos acerca de sua sobrevivência, ou no mínimo, se duvidasse da manutenção do modelo, até então adotado, o que é tratado no último item. Saber se o sindicalismo está fadado à extinção ou se o que se observa é apenas uma nova face deste fenômeno, e que, portanto, ele sobreviveria após um estágio de adaptação às novas condições, é questão discutida multidisciplinarmente e foi, por este trabalho, levantada. Contudo, é certo que, a resposta a tal questão, com o relativismo inerente às ciências humanas, depende, além da análise objetiva das tendências atuais, da carga ideológica que cada um se propõe a discuti-la.
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https://hdl.handle.net/20.500.12178/165670Notas de contenido
Breves considerações sobre o surgimento do sindicalismo: Escorço histórico - O movimento sindical no cenário mundial. Surgimento do movimento sindical no Brasil -- O papel da revolução industrial no destino do movimento sindical: A euforia como primeiro sintoma da revolução industrial. A segunda face da tecnologia -- A influência da automação no perfil dos trabalhadores e no destino do sindicalismo -- Mudanças no delineamento do novo trabalhador: Precarização do trabalho: regime a tempo parcial, terceirização, informalidade. Ascensão feminina. O fenômeno da classe média - Setor público. Mudança de paradigmas nas relações de trabalho -- Greves e poder sindical: Níveis de greve e poder sindical -- Sindicalismo: crise ou declínio?Referencia bibliográfica
SOARES, Marcele Carine dos Praseres. Perspectivas do sindicalismo no atual padrão de desenvolvimento. Revista Ltr: legislação do trabalho, São Paulo, v. 74, n. 2, p. 174-189, fev. 2010.Palabras clave
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