A subordinação, como requisito da relação de emprego, necessita de urgente atualização, tendo em conta a transformação da sociedade, o progresso científico e os avanços tecnológicos, notadamente nos campos da informação e da comunicação, diminuindo distâncias, democratizando o acesso a informação e ao aprendizado, tornando possível inúmeras formas de trabalho inimagináveis vinte anos atrás. O ensaio tem por objetivo principal recordar os conceitos de subordinação do enfoque de várias escolas, fazer uma reflexão crítica e apresentar novas possíveis concepções do referido instituto, como contribuição para que a tutela ao trabalhador, razão histórica de ser do Direito do Trabalho, continue sendo compreendida como atual e necessária para abarcar o maior número possível de pessoas que emprestam sua força de trabalho e seu tempo em benefício de uma atividade econômica lucrativa organizada e desenvolvida por outrem. Serão abordados seu conceito, critérios de classificação, natureza jurídica, dimensões e a nova concepção que vem sendo desenhada com o intuito de superar as dificuldades decorrentes do novo modelo empresarial vigente (pós-revolução industrial). Pretende-se demonstrar que a releitura da subordinação, além de permitir a inclusão no espectro de proteção do Direito do Trabalho das variadas novas formas de prestação laboral, nascidas com o desenvolvimento e o avanço tecnológico, serve aos fins fundamentais da própria existência de um direito laboral, afastando as diversas e criativas tentativas empresariais para se isentarem dos seus deveres, enquanto empregadores, incluindo as modalidades de terceirização de alguns segmentos da atividade econômica, sem a mínima preocupação com os trabalhadores e seus direitos mais comezinhos.